Nesta apresentação de pouco mais de 13 minutos, a encenação mostra uma concepção artística do ritual dos tambores de mina, culto religioso só encontrado no Maranhão, em casas destinadas ou terreiros espalhados por todo o estado. A sua origem remete à primeira metade do século XIX, trazido por escravos das nações jeje e nagô, originados da Costa da Mina, onde hoje se situam as repúblicas do Benin, Togo e Nigéria. Por aqui, incorporou elementos de outros credos, de forte influência africana, europeia e ameríndia, que deram origem à maioria de suas entidades espirituais. Geralmente são comandados por uma sacerdotisa ou mãe de santo, ao som característico da marcação dos tambores, cabaças e das batidas frenéticas no metal (ferro), que levam seus participantes a um estado semelhante ao transe. O rito impressiona os não adeptos, que chegam a confundi-lo com a pratica da magia negra, uma superstição herdada da Idade Média. Gravada em 2013, no palco do Teatro Arthur Azevedo, a apresentação fez parte do espetáculo comemorativo dos 40 anos da Companhia Cazumbá de Teatro e Dança, criada e dirigida pelo teatrólogo e folclorista Américo de Azevedo Neto.