Cenas gravadas em 2007 pela Prole Filmes, na Tenda Pai Oxalá, de Mãe Maria do Carmo, para a produção do documentário São Luís do Maranhão. As imagens mostram, em um minuto e meio, um dos pontos, ou canto, que marcam a solenidade dos tambores de mina, onde são cultuadas entidades espirituais de origem africana, europeia e ameríndia, herdadas dos rituais de cura e pajelança. O Tambor é uma expressão religiosa típica do Maranhão, mais encontrada na capital do estado e no município de Codó, onde geralmente é praticado em conjunto com o calendário cristão, em sincretismo religioso que o disfarça dos cultos considerados pagãos. A sua origem o remete à primeira metade do século XIX, trazido por escravos das então nações jeje e nagô, originados da Costa da Mina, onde hoje se situam as repúblicas do Benin, Togo e Nigéria. As cerimônias são comandadas, geralmente, por uma sacerdotisa ou mãe de santo, ao som característico da marcação dos tambores, cabaças e das batidas frenéticas no metal (ferro), o que leva seus participantes a um estado semelhante ao transe. O rito impressiona os não adeptos, que chegam a confundi-lo com a prática da magia negra, uma superstição herdada da Idade Média.