Conhecida também como Lelê, a encenação mostra, em 8,30 minutos, uma espécie de contradança ou dança de salão, praticada pela aristocracia rural maranhense, e logo apropriada pelo povo, que a adaptou ao seu gosto, dando-lhe um ritmo mais rápido e popularmente aceitável. Geralmente, a música é acompanhada de violão, cavaquinho, pandeiro, pífaro e rabeca. Sobre a sua origem, pesquisadores divergem entre a França e a Península Ibérica. A sua evolução é dividida em quatros partes: o chorado, a dança grande, a talavera e o cajueiro. O chorado é o convite para a festa. A dança grande representa o momento do cortejamento dos pares, a parte mais complexa e diversificada. A talavera é dançada pela madrugada, intimamente de braços dados. O cajueiro, também conhecido como “juntar castanhas” ou “entregar o caju”, é quando os participantes saúdam os presentes com mesuras. A manifestação é um dos poucos folguedos desatrelados das datas comemorativas ou épocas específicas. É promovida somente pelo gosto da brincadeira e pelo prazer da participação em um grande baile. Gravada em 2013, no palco do Teatro Arthur Azevedo, a apresentação fez parte do espetáculo comemorativo dos 40 anos da Companhia Cazumbá de Teatro e Dança, criado e dirigido pelo teatrólogo e folclorista Américo de Azevedo Neto.