O recorte mostra uma encenação do Auto do Boi, uma tradição do bumba meu boi do Maranhão, que tem a sua origem no Ciclo do Gado, ocorrido no século XVIII. Contada e recontada através da tradição oral nordestina por várias gerações, a lenda se assemelha a uma ópera de rua, onde a tragédia, o drama e a comédia se reúnem na produção de uma sátira. Em sua encenação, o Auto conta a estória de Catirina e Pai Francisco, um pequeno vaqueiro que mata o boi mais querido do patrão, dono da fazenda, para satisfazer o capricho de sua mulher grávida, que deseja comer a língua do belo touro. Após o feito, Francisco é capturado em fuga e sentenciado a rigoroso castigo por seu atrevimento. Daí, aparecem os pajés, encantados das matas e das florestas que, com suas magias, ressuscitam o boi e livra Francisco do castigo. Gravada em 2013, no palco do Teatro Arthur Azevedo, os 37 minutos desta apresentação fizeram parte do espetáculo comemorativo dos 40 anos da Companhia Cazumbá de Teatro e Dança, criado e dirigido pelo teatrólogo e folclorista Américo de Azevedo Neto.