Dança do Caroço

O Caroço é uma dança descompromissada com datas e circunstâncias. A forte influência das festas de salões e a falta de qualquer razão para os seus eventos, chegam a confundi-lo com o Bambaê, onde os grandes bailes se justificam somente pelo prazer de dançar. A única diferença entre os dois folguedos pode se dar pelos costumes e trejeitos regionais: da baixada ou das praias.  A sua origem não é muito bem definida. Para alguns íntimos, foi trazido por negros escravos, que já o conhecia de seus antepassados. Outros, acreditam que tenha se desenvolvido entre os índios Tremembés. Originalmente, o seu toque é simples e tirado de quatro caixas ou tambores e de uma cabaça envolta em sementes de ave-maria e pau-brasil. Os cantos, são toadas improvisadas com versos inspirados na relação cotidiana de seus brincantes com o mar, rios, vegetação, animais e com a pesca. Animada, a brincadeira é iniciada e liderada por uma mulher, escolhidas entre as que melhor dançam e entoam os seus cânticos: a Rainha do Caroço. Gravada em 2013 no palco do Teatro Arthur Azevedo, esta apresentação fez parte do espetáculo comemorativo dos 40 anos da Companhia Cazumbá de Teatro e Dança, criado e dirigido pelo teatrólogo e folclorista Américo de Azevedo Neto.